DISCURSO DO CMT GERAL NA INSTALAÇÃO DA APM

Caríssimos presentes
O dia de hoje é cercado por fatos significativo. Em primeiro plano, recebemos do governo do Estado o instrumento legal à preparação dos futuros comandantes da entidade.
Voltando ao passado, este mesmo evento, toma a força de um resgate.
Até 1972, nossos alunos oficiais eram treinados dentro das nossas próprias instalações. Mudanças vieram, e como opção, recorremos a outras co-irmas, em buscas do apoio na área do ensino.
O que muito nos envaidece, daquele período, é que todos os oficiais do alto comando da instituição são remanescentes daquela antiga Diretoria de Ensino.
Hoje, conquistamos e resgatamos em ato único que era latente. Adormecido, porém, acalentado como uma realidade. Vitória alcançada. Apenas aguardando o desfecho. Este é o grande dia. É como separar no Senhor, sem desistir, na certeza que ele não falha. Eis aí nossa ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR.
É mais uma árvore que floresce no bosque do progresso desta PM, onde outras tantas frutificam exemplarmente. Lavouras, portanto, aos procederam.
Como as outras, será cultivada com abnegação, com o cumprimento, com a vontade de bem servir ao corpo de centuriões da ordem e, extensivo, a sociedade. Esta, que nos austém enquanto a protegemos. Missão árdua, porém sublime e que enobrece.
“O chamar pelo nome” é público, E por ser, sempre nos apraz, quando assim o fazemos.
Chamamos então, pelo nome, nossa Academia... Esta é a Academia de Polícia Militar Milton Freire de Andrade.
Conviver com o homenageado, foi para nós, oriundos daquela época, além de uma grande honra, também um período de aprendizado, bastante significativo, Não as coisas da caserna, haja vista, já possuirmos através de ensino castrense. Mas, pelos valores estéreas da vida, que só os privilegiados os alcançam.
Este homem, a quem apresentamos nesta noite nosso pleito de gratidão, já materializado, era assim: um privilegiado.
Contemplativo, quando a absorção de pensamentos o induziam os refrigério da alma, em buscas de soluções amadurecidas.
Compreensivo, diante das turbulência emocionais, submissas às suas decisões.
Benigno, por entender que fazer o bem, a ajudar divina consolida a obra.
Paciente, por recusar a exploração; o precipício no decidir.
O zelo profissional e o senso de mumanitarismo alçaram-lhe à condição de líder no seio desta Corporação. Assim testificam seus contemporâneos.
Estes atributos estão consignados no seu histórico do Exército. É com naqueles documentos, encontraremos estas referências; “Se não bastassem excelsas virtudes que lhe ornam a personalidade de profissional dedicado, inteligente e competente, só o seu temperamento afável e compreensivo, comandando mais pelo exemplo e pelo coração que propriamente pelas prerrogativas que lhe concedem posto e função, só isto, o credenciaria no conceito dos seus chefes, superiores e subordinados.Foram estes os ensinamentos que nos transmitiu entre 1964 e 1969. Apesar do momento convulsivo da época, este grande timoneiro sempre se houve com peculiar sublimidade, no comando desta miliciana.
Além mais, restaurou a preparação dos nossos cadetes, nos anos de 1966 e 1969, entregando à Polícia Militar quase 30 oficiais, o bastante suficiente para uma época.
Restaurada, também que foi, a Diretoria de Ensino.
São estes os grandes exemplos, que como chefe e educador, nos permitem grande ato de justiça, hoje materializado, com seu nome a este estabelecimento de ensino superior de Polícia Militar.
Temos a plena convicção que esta manifestação que esta manifestação de apreço e alegria da reverência, que vivemos neste momento solene, também delas compartilham seus familiares, amenizando um pouco a dor que ora sentem, Pela partida desta grande figura.
Se é possível ao homem eternizar o seu semelhante em sua materialidade, pelos menos em memória, em nome e em obras, a pretensão é alcançada. E assim o fizemos nesta noite, ao homenageá-lo, entregando à Polícia Militar e a sociedade Norte-rio-grandense a ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR MILTOM FREIRE DE ANDRADE
Natal, 20 de dezembro de 1994

ALTAMIRO GALVÃO DE PAIVA, CEL PM
COMANDANTE GERAL DA PMRN